Uma funcionária demitida hoje, identificada apenas como Daniela, contou que os trabalhadores foram chamados em uma sala e demitidos todos de uma vez. “Chegamos para trabalhar e falaram que não era para nos logar, porque haveria uma reunião no auditório. Fomos todos avisados de uma vez só, alegando que precisam entregar o prédio e que o que nós fazíamos será feito em outro Estado”, disse Daniele, que nega ter recebido a informação do fechamento antes. “Só haviam boatos”, afirmou.

Ela também explicou como foi a negociação da demissão. “Alguns saíram chorando e outros rindo. Eu faço faculdade pela empresa, com eles pagando 80%. Me falaram que até o fim do ano vão me ajudar com o benefício, mas a partir daí vou ter que me virar. Também fizeram um acordo de um salário para quem tem um ano e de meio salário para os outros anos trabalhados, além da rescisão”, descreveu.

O Sinttel, sindicato que representa a categoria, confirmou as demissões e fechamento dos Call Centers. “A empresa diz que é uma reorganização. O Call Center agora vai ficar todo em São Paulo e vai acontecer esse fechamento. Aqui são em torno de 500 funcionários, ainda temos que receber as informações para poder informar com previsão”, disse Alvaro Tedesco, secretário-geral do Sinttel.

O pai de uma funcionária da TIM, que preferiu não se identificar, falou sobre a surpresa dos atendentes ao chegarem para trabalhar. “Hoje pela manhã os funcionários não conseguiram entrar na empresa. Algumas pessoas foram demitidas. Todos foram pegos de surpresa. O clima está de muito temor”, disse àBanda B.

Uma internauta funcionária da empresa, que será apenas identificada como Paula, disse o seguinte à Banda B. “A TIM pratica demissão em massa. Centenas de trabalhadores demitidos”, afirmou.

Crise

Em recente informativo, o Sinttel, sindicato que representa a categoria, confirmou que existiam rumores de que a TIM terminaria com o Call Center devido à atual situação financeira do país. Em reunião, a empresa teria dito ao Sinttel que passaria as informações diretamente aos trabalhadores. Referente às supostas demissões de hoje, o Sinttel ainda não se pronunciou.

A Banda B entrou em contato com a assessoria da TIM que enviou a seguinte nota:

“A TIM realiza uma reorganização em suas atividades de atendimento ao consumidor com objetivo de garantir uma melhor sinergia entre suas operações e o fornecimento de serviços e infraestrutura de alta qualidade. A partir de 8 de julho, as empresas AeC, AlmavivA e TMKT ampliarão suas atuações no teleatendimento ao cliente. As empresas são reconhecidas por sua experiência no mercado e continuarão seguindo um rígido padrão de controle e desempenho acompanhados de perto pela TIM. Todo o processo foi conduzido com a máxima responsabilidade perante nossos funcionários, em diálogo contínuo com os sindicatos, incluindo a oferta de um pacote diferenciado de suporte aos colaboradores impactados, que inclui extensão do plano de saúde por seis meses, indenizações adicionais (incluindo auxílio-creche e auxílio filho portador de deficiência) e um plano de suporte ao colaborador. Tais benefícios já podem ser considerados referência no setor.

Além das novas frentes de atendimento, a companhia mantém suas unidades call centers próprios no Rio de Janeiro e em Santo André, resultando em um melhor mix capaz de suprir a demanda de atendimentos de seus clientes, a exemplo das melhores práticas adotadas pelo setor. A reorganização segue as diretrizes do Plano de Eficiência da TIM, que contempla todas as suas áreas e prevê eficiências acumuladas de R$ 1 bilhão de reais até 2017. As mudanças de processos e redistribuição de atividades de forma estratégica permitem manter o foco da companhia em serviços e infraestrutura que trazem mais competitividade e formas inovadoras de comunicação para toda a população”.