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A Oi pediu e a Anatel aceitou trocar multas de R$ 1,2 bilhão por investimentos a serem realizados em infraestrutura e serviços. No entanto, apesar de aprovado, nem todos os conselheiros da agência reguladora confiam que a operadora será capaz de cumprir os termos exigidos no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê investimentos de R$ 3,2 bilhões.

Contrário ao TAC, o conselheiro da Anatel, Otávio Luiz Rodrigues, se mostrou preocupado com a situação financeira da operadora, e argumentou que há uma “situação fática que afasta, atualmente, a possibilidade de celebração do acordo substitutivo: a incerteza da capacidade financeira de o Grupo Oi adimplir as obrigações assumidas”. Rodrigues apontou, em seu voto, que as dificuldades financeiras da Oi são “públicas e notórias” e citou o documento da operadora no site BM&F BOVESPA em que foi apresentada dívida bruta consolidada crescente e redução na capacidade de investir.

Mesmo os conselheiros Aníbal Diniz e Igor de Freitas, que votaram a favor do termo de ajustamento, assinalaram as dificuldades da operadora em seus votos. Os votos favoráveis de Rodrigo Zerbone e João Rezende aprovaram o TAC.

Freitas argumentou que, apesar da possibilidade de a Oi não conseguir cumprir o TAC, a assinatura do acordo era melhor para o interesse público. “Tanto a exigência das multas aplicadas como a realização dos investimentos previstos gerarão impacto econômico-financeiro à prestadora”, observou, lembrando que as multas seriam um problema mais urgente para a companhia caso não houvesse acordo, já que ela teria que pagar ou discutí-las judicialmente, já fazendo o depósito em juízo e gastando recursos na ação.

“A aplicação das multas não permite qualquer melhora nos níveis de prestação do serviço nos aspectos da qualidade ou universalização. Satisfaria apenas a Fazenda Pública, com a destinação desses valores para o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações”, argumentou Freitas, que ainda lembrou que os investimentos devem ser realizados em um prazo maior, de quatro anos.

Oi: não tão simples

Os investimentos incluem melhoria na cobertura da banda larga 3G e 4G, atualização na infraestrutura oferecida no Rio de Janeiro, com a troca de fios de cobre por fibra ótica para o fornecimento de internet de alta velocidade e a modernização do serviço de atendimento ao consumidor.

Apesar de aprovado pela Anatel, o TAC ainda não foi assinado pois aguarda parecer do Tribunal de Contas da União, que deve aprovar antes que seja oficializado.

 

Fonte: tudocelular.com – 31/05