Atualmente existem 278 cabos submarinos em operação no mundo, afirma um levantamento feito pela TeleGeography, empresa de consultoria do ramo de telecomunicações. De acordo com o Ministério das Comunicações, seis deles estão em operação no Brasil. Todos são usados para transmitir sinais de dados (o que inclui voz e vídeo). São eles:
01. AMX 1 – Tem 17.800 km de extensão. Pertence à América Móvil e passa pelo Brasil, Colômbia, México, Guatemala, República Dominicana e Porto Rico.
02. Americas 2 – Tem 8.373 km de extensão e foi implantado em 2000. Foi construído por um consórcio de 14 empresas, entre elas Embratel e Portugal Telecom. Sai de Fortaleza, passa pela Guiana Francesa, Trinidade e Tobago, Martinica, Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas e chega à Hollywood.
03. Atlantis 2 – Implantado em 2000, liga Fortaleza a Lisboa, com conexões no Senegal, Ilhas Canárias e Cabo Verde. São 8500 Km de cabos atravessando o Atlântico. Sua capacidade é limitada, tem apenas 40Gb/s, tanto que a transmissão de sinais de voz é priorizada.
04. GlobeNet – De propriedade da BTG Pactual, possui 23.500 km de extensão e foi implantado no ano 2000. Parte de Fortaleza, tendo conexão no Rio de Janeiro, segue para Venezuela, Colômbia, Estados Unidos e Bermudas.
05. Sam-1 – Esse é o maior dos cabos que passa pelo Brasil: tem 25.000 km. Começou a ser construído pela Telefônica em 2001. Parte da Argentina, passa pelo Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. De lá, segue para Porto Rico, Colômbia, Flórida, Guatemala e retorna para a parte oeste da América do Sul, cortando três países (Equador, Peru e Chile).
06. SAC/LAN – Com 20.000 Km de extensão, este cabo também contorna a América do Sul passando pelo Caribe e Estados Unidos. Implantado no ano 2000 tem como proprietários a Level 3, Telecom Italia e Sparkle.
Implantação
“A implantação de um projeto deste porte começa com um detalhado processo de prospecção do terreno. Nessa etapa, são analisados a rota prevista, obstáculos do percurso, tipo do solo em que o cabo será depositado”, explica o diretor de Banda Larga do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra. Esse trabalho é muito importante já que os cabos são fabricados sob medida para a rota.
Após esse processo, inicia-se a fase de implantação. Os cabos são transportados em navios equipados com grandes carretéis. Coimbra explica que os cabos são depositados no mar com a ajuda de boias para evitar que a embarcação tombe.
Manutenção
Segundo o Ministério das Comunicações, os cabos submarinos têm uma vida útil de aproximadamente 25 anos. Em geral, são os trechos mais próximos ao continente que precisam de manutenção mais frequente, já que em águas oceânicas ficam depositados a 4 mil metros de profundidade. “Como um navio precisa se deslocar para fazer os reparos, é preciso trabalhar com redundância para evitar a interrupção do serviço”, esclarece.
Expansão
Segundo Coimbra, os seis cabos existentes no Brasil possuem, somados, uma capacidade plena de 5Tb/s, mas nem toda essa banda está em uso.
A tendência é que esse número dê um salto nos próximos anos, já que outros três projetos do tipo estão sendo executados, entre eles o cabo que ligará Fortaleza a Lisboa, que será construído por uma joint venture formada pela Embratel, Islalink e uma terceira empresa brasileira.
Este cabo terá 5.875 Km de extensão e capacidade de 30Tb/s. Oinvestimento será de US$ 185 milhões e a previsão é que a obra fique pronta em 2018. “Nosso foco é a comunicação de dados e ampliar, fundamentalmente, a segurança das nossas comunicações”, destaca o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
Fonte: Datacenter Dynamics