Petrópolis foi a cidade escolhida para instalação da nova máquina

O maior supercomputador da América Latina está no Brasil. Batizado de Santos Dumont, o equipamento que conta com inigualável capacidade de processamento, armazenamento e transferência de dados está sendo montado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis , Região Serrana do Rio de Janeiro, e sua estrutura física remete ao chapéu-panamá do aviador brasileiro.
A máquina é petaflópica, ou seja, tem capacidade para realizar mais de 1 quatrilhão de operações matemáticas por segundo. “Realmente, trata-se de um computador muito grande e poderoso para aplicações científicas, que vai permitir a processadores nacionais, em colaboração com processadores de outros países, fazer pesquisas até então inimagináveis”, explica o tecnologista Roberto Souto, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).
Souto apontou o equipamento como o futuro “nó principal” do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad), rede de centros de computação distribuídos pelo Brasil e coordenada pelo LNCC, com apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Segundo o tecnologista, a montagem está prevista para ser finalizada em agosto, com fase de testes, e a máquina pode estar disponível para a comunidade científica brasileira em setembro.
De acordo com o Diário de Petrópolis, o equipamento é da empresa francesa Atos Bull e representa um investimento de R$ 60 milhões. Após chegar ao porto do Rio de Janeiro, todo o sistema que forma o supercomputador precisou de quatro carretas para o transporte até Petrópolis. A vinda do supercomputador foi resultado de um encontro, em 2013, entre o prefeito Rubens Bomtempo e o então ministro da Ciência, Teconologia e Informação, Marco Antonio Raupp.
A aquisição da nova máquina faz parte do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do acordo Brasil/França para Computação de Alto Desempenho. No acordo também está incluida, a instalação de um centro de pesquisas em computação de alto desempenho da ATOS/BULL, em parceria com o LNCC, e a instalação de centro de aplicações industriais no Rio de Janeiro, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Os recursos para aquisição, instalação e operação do sistema, no primeiro ano, foram alocados pelo MCTI através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (R$60.000.000) via Finep.
O supercomputador possibilitará grandes avanços em pesquisas em diversas áreas, como energia, engenharia, química, meio ambiente, meteorologia, banco e mineração de dados, ciências biológicas e, principalmente, a nanotecnologia. Para utilizar o supercomputador, a empresa interessada deverá fazer a solicitação ao Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad), coordenado pelo LNCC, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Este é um marco na computação de alto desempenho do Brasil, porque abre portas para toda a comunidade científica e tecnológica brasileira. Em relação a Petrópolis, o supercomputador torna o município muito mais atrativo para o desenvolvimento de grandes projetos. A Atos Bull já está construindo também um centro de pesquisa de ponta no Quitandinha para funcionar já no segundo semestre. Tenho certeza que nos próximos cinco, seis anos, muitas empresas virão para cá”, disse o diretor do LNCC, Pedro Leite da Silva Dias.
Fonte: Data Center Dynamics