Está claro que boa parte dos 54 milhões de smartphones e 9,5 milhões de tablets vendidos no ano passado estão sendo usados por crianças e adolescentes de 10 a 17 anos. Esse se tornou o grupo que concentra a  maior proporção de conectados (77% estão online e, desses, 81% navegam diariamente). Os dados são do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Uma grande parcela deles ainda usa computadores de mesa para acessar a rede, mas uma extraordinária disseminação de celulares mudou o perfil: enquanto o uso de desktops caiu de 71% para 56% entre crianças e adolescentes, os celulares se tornaram a principal ferramenta, com utilização que passou de 53% para 82% entre 2013 e 2014. Os tablets também merecem destaque, pois dobraram de 16% para 32%.

“O jovem brasileiro não só esta conectado, mas usa intensivamente a rede”, diz o gerente do Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), Alexandre Barbosa. Como ele lembra, em 2012 metade dos jovens usavam a internet diariamente; em 2014, a proporção chega a 81%. Outro indicar é de que passou de 18% para 49% o percentual daqueles que costumam navegar quando estão na rua ou em deslocamento.

O uso intensivo se dá, principalmente, nas redes sociais (73%), para trabalhos escolares (68%) ou pesquisas (67%) e para a troca mensagens instantâneas com os amigos (64%). Ouvir música (50%), assistir vídeos (48%), postar fotos (43%) ou jogar (47%) também são comuns, ainda que apareçam com uma proporção bem mais baixa.

Segundo a pesquisa, 79% das crianças e adolescentes tem perfil próprio em redes sociais, notadamente no Facebook (78%) – bem longe aparecem Instagram (24%) e Twitter (15%). É um uso que cresce com a idade: 43% das crianças de 9 e 10 anos frequentam uma rede social, enquanto o percentual vai a 95% dos jovens de 15 a 17 anos (68% dos entre 11 e 12 e 88% entre 13 e 14 anos).

O gerente do Cetic.br alerta, porém, que ferramentas de mensagens instantâneas estão se tornando mais comuns nessa faixa etária. “Whatsapp e Snapchat surgem na pesquisa como canais de comunicação que as crianças estão usando com muita intensidade, até porque muitas crianças não querem estar presentes na mesma rede social que os pais usam”, diz Alexandre Barbosa.

Fonte: Convergência Digital