A prefeitura de Fortaleza e a Angola Cable, consórcio de telecomunicação formado por operadoras angolanas, assinaram nesta sexta-feira, 24, um contrato que prevê a criação de um data center de cerca de três mil metros quadrados.

A estrutura servirá de apoio para cabo do SACS – South Atlantic Cable System, anunciado no ano passado e que ligará Angola ao Brasil, sendo o primeiro a atravessar o Atlântico Sul.

Contabilizando toda a infraestrutura e a operação, o projeto conta com um investimento total de aproximadamente US$ 300 milhões, envolvendo também a extensão desta rede para os Estados Unidos e para São Paulo, através de infraestruturas submarinas.

Esse será o primeiro sistema de fibra óptica transatlântica que ligará a África à América do Sul, além da Ásia. Atualmente, esses continentes são carentes desse tipo de tecnologia, afinal todos os cabos passam pela Europa ou pelos Estados Unidos.

O SACS, que terá capacidade de comunicação de pelo menos 40 Tbps, conta com a Angola Cables como a principal investidora. A previsão é de que o projeto esteja em operação no primeiro trimestre de 2017.

Já o Monet é um cabo submarino de fibra óptica que interligará as cidades de Santos, Fortaleza e Miami. Diferente do SACS, 100% Angola Cables, o Monet tem a empresa angolana como um dos investidores e conta ainda com o Google, a Antel (Uruguai) e a Algar Telecom (Brasil).

Sua rota será de mais de 10 mil quilômetros e capacidade de comunicação de pelo menos 60 Tbps, em seis pares de fibra – sendo duas da Angola Cables. A construção do Monet já começou e deve terminar até o final de 2016.

Cinco operadoras compõem a Angola Cables: a estatal Angola Telecom (tem 51% de participação), Unitel (31%), MS Telecom (9%), Movicel (6%) e Startel (3%).

Além de uma posição geográfica privilegiada e estratégica, próxima dos continentes europeu e africano, assim como dos Estados Unidos, a capital cearense já conta com sete cabos submarinos de fibra ótica instalados.

“Queremos transformar Fortaleza em um hub de comunicação digital na América Latina e um dos principais centros de tecnologia do Brasil. O objetivo é usar esse polo de comunicação para promover o surgimento de uma série de negócios com impactos diretos na economia local”, explica o CEO da Angola Cables, António Nunes.

Fonte: Baguete